26 de setembro de 2019
Foto: Ricardo Stuckert

Desde que foi lançado, em junho, o abaixo-assinado assinado que pede a liberdade do ex-presidente Lula já teve a adesão de importantes nomes da política nacional e internacional, artistas, intelectuais e acadêmicos.

O documento que pede a anulação dos julgamentos toma como base as publicações feitas pelo site The Intercept Brasil que expuseram conversas imorais e ilegais entre o então juiz Sérgio Moro e o procurador chefe da força-tarefa de Curitiba, Deltan Dallagnol, além de conversas entre os procuradores e policiais integrantes da força-tarefa que deixam clara a perseguição contra o ex-presidente.

Através dos diálogos estabelecidos em aplicativo de mensagens e em reuniões presenciais o juiz rompeu a “determinação de imparcialidade e impessoalidade, fixadas pela Constituição Federal de 1988, pelo Código de Processo Penal e pelo Código de Ética da Magistratura”. Sua suspeição é irrefutável garantem centenas de especialistas.

Adesão
Pela incontestável parcialidade dos processos, o abaixo assinado lançado há pouco mais de 90 dias já obteve adesão de figuras como o ministro de Estado e economista chileno Carlos Ominami, o ex-chanceler da Argentina, Jorge Taiana, o ex-primeiro ministro italiano Massimo d’Alema, o linguista e filósofo Noam Chomsky, o ex-ministro das Finanças do governo Tsipras na Grécia, Yanis Varoufakis, o ex-secretário geral da Anistia Internacional Pierre Sané e a líder do movimento alter-globalização, Vandana Shiva, o euro deputado Roberto Gualtieri e o ex-diretor geral da FAO José Graziano da Silva.

O abaixo-assinado também conta com as assinaturas do ex-presidente uruguaio Pepe Mujica e de Martin Schulz, líder da social- democracia alemã, do ex-secretário Geral da Unasul, Ernesto Samper, que chegou a declarar que Lula “é submetido a uma implacável perseguição policial e midiática, que forma, cada dia mais, a convicção internacional de que é um preso político”, após visita ao ex-presidente, em Curitiba.

Visitaram a Vigília Lula Livre e também assinaram a petição a jornalista Pilar del Río, viúva do escritor português José Saramago, o escritor cubano Leonardo Padura, Jean-Luc Mélenchon, líder do partido França Insubmissa,o jornalista e sociólogo espanhol Ignacio Ramonet e o arquiteto e ativista de direitos humanos argentino Adolfo Pérez Esquivel, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 1980, que coordena a campanha de Lula a próxima da premiação.

Autor de “Condição Pós-moderna”, apontado pelo jornal Independent como um dos 50 trabalhos mais importantes de não ficção publicados desde a Segunda Guerra Mundial, o geógrafo britânico David Harvey, também assinou manifesto que pede a libertação de Lula.

Também apoiam a campanha e assinaram a petição os atores Osmar Prado, José de Abreu, Guta Stresser, Tadeu di Pietro e Sergio Mamberti.

Lava Jato na Mira
A deputada do Parlamento espanhol, Maria Dantas, é a primeira brasileira a ser eleita deputada no país europeu. Ao assinar o documento, denunciou: “o ex-presidente é vítima de perseguição da Lava Jato”.

Diversas lideranças de centro-esquerda da Argentina apoiam a liberdade de Lula e assinaram a petição. E o caso do ex-presidente argentina Cristina Kirchner e o candidato à presidência Alberto Fernández.

Assim como a líder das Avós da Praça de Maio Estela de Carlotto, o ex-ministro da Fazenda de Cristina Axel Kiciloff e o ex-candidato à presidência Sergio Massa, entre outros senadores, deputados, sindicalistas, professores, jornalistas e artistas do país vizinho.

Os juristas que assinam o manifesto são de países como França, Espanha, Itália, Portugal, Bélgica, México, EUA e Colômbia. Entre os signatários está também Susan Rose-Ackerman, professora de jurisprudência da Universidade de Yale, nos EUA, considerada uma das maiores especialistas do mundo em combate à corrupção.

O marido dela, Bruce Ackerman, também assina o documento. Ele foi professor do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, em Yale. Os dois são amigos há 30 anos.

Apoio de Juristas
Outros nomes de peso que subscreveram o abaixo-assinado estão o professor italiano Luigi Ferrajoli, referência do garantismo jurídico no mundo, o ex-juiz espanhol Baltasar Garzón, que condenou o ex-ditador chileno Augusto Pinochet por crimes contra a humanidade, Alberto Costa, ex-ministro da Justiça de Portugal, e Herta Daubler-Gmelin, ex-ministra da Justiça da Alemanha.

O documento conta ainda com o apoio de ex-presidentes e integrantes de cortes superiores, como Pablo Cáceres, ex-presidente da Suprema Corte de Justiça da Colômbia, e Diego Valadés, ex-juiz da Suprema Corte de Justiça do México e ex-procurador-geral da República.

Comitê Nacional Lula Livre