14 de agosto de 2019

O Comitê parisiense de Solidariedade a Lula lançou, na capital francesa, a petição pela anulação dos julgamentos do ex-presidente no mesmo dia em que ocorreram mobilizações pela Educação em todo o Brasil (13 de agosto).

Junto a organizações parceiras, como o Partido Operário Independente, o Coletivo de Equatorianos Revolucionários, o Coletivo ALBA América Latina, o Coletivo Colômbia Humana, o núcleo do partido Morena no país e a França Insubmissa, os integrantes do Comitê realizaram uma verdadeira maratona por #LulaLivre, que contou com atividades variadas ao longo do dia.

Crédito: Prensa Latina

A maratona começou às 11h na Embaixada da Venezuela, onde o Comitê foi recebido pelo embaixador Michel Mujica. Mujica assinou a petição e demonstrou sua solidariedade através de vídeo em que explica as razões para libertar Lula e os laços que unem os dois povos latino-americanos.

Logo depois, o Comitê seguiu para a esplanada do Centro Georges Pompidou, onde as organizações parceiras somaram-se para a campanha de panfletagem e recolhimento de assinaturas por #LulaLivre e estenderam a atividade até às 19h. Durante a ação, um trabalhador parou para assinar a petição em sinal de que Lula segue movendo trabalhadores e trabalhadoras mundo afora. Os manifestantes aproveitaram para gravar mensagens de solidariedade ao ex-presidente, em defesa da democracia no Brasil e da unidade latino-americana.

Crédito: Comitê parisiense de Solidariedade a Lula

O primeiro a manifestar apoio foi Jean Charles Marquiset, do Partido Operário Independente: “É inadmissível que Lula ainda esteja na prisão sem razão alguma e, por isso, nós continuamos na luta tanto na França quanto em escala internacional, para exigir a libertação de Lula. Porque isto é o correto para o povo brasileiro, para a democracia e para a liberdade política no Brasil e no mundo inteiro”.

Em seguida, a representante do Coletivo ALBA/AL, Maigualida Santana, exprimiu a importância da libertação de Lula para ajudar a brotar a esperança na América Latina novamente: “É importantíssimo que este líder latino-americano seja reconhecido como preso político, que o mundo saiba que Lula deve ser libertado, pois foi injustamente encarcerado em consequência das estratégias de perseguição política por parte da direita brasileira e internacional. Neste momento, a América Latina precisa estar unida.”

Assim como Maigualida Santana, Hernando Franco, do Coletivo Colômbia Humana, também lembrou a importância de Lula no cenário latino-americano e a dura realidade que enfrentam Colômbia e Brasil, em relação aos assassinatos de líderes de movimentos sociais. No entanto, Franco pontua que a questão apenas poderá ser combatida uma vez que houver união na luta, o que torna indispensável a presença de Lula num processo de negociação e retomada de políticas progressistas.

Já Sérgio Avalos, representante do partido Morena, demonstrou sua solidariedade a Lula e expressou esperança de que o governo mexicano contribua para o seu desencarceramento.

Também Rosário Borja, do Coletivo de Equatorianos Revolucionários, fez um depoimento de apoio ao ex-presidente e sublinhou o perigo representado pela expansão do uso do Lawfare na América Latina, que tem perseguido politicamente os líderes do continente, com o objetivo de aprisionar aqueles que introduziram mudanças significativas em termos de políticas sociais na América do Sul, “como é o caso do vice-presidente Jorge Glas, preso político há 1 ano e 11 meses sem prova alguma e com recurso a um Código que havia sido revogado. A desesperada perseguição política a Rafael Correa, Ricardo Patiño, Sofia Espín ocorre igualmente com Dilma Rousseff, Christina Kirschner e Pepe Mujica. Esta guerra jurídica tem a participação fundamental dos meios de comunicação, que manipulam a opinião pública e constituem aqueles que de fato emitem as sentenças nos canais de televisão.”

Por fim, Christian Rodrigues, da França Insubmissa manda seu recado a Lula e ao povo brasileiro para que permaneçam em luta em meio ao silêncio de muitos: “Todo mundo sabe que Lula é inocente, e muitos continuam calados”.

Em comum, os indivíduos que participaram da manifestação ressaltaram a evidente inocência de Lula, em prisão política desde abril de 2018, e o fato de que a libertação deste líder não é uma questão que concerne apenas brasileiros e brasileiras, mas sim deve ser uma luta internacional. Isto porque, defender #LulaLivre significa defender a democracia, a paz e a justiça social em um mundo cada dia mais ameaçado pela expansão no neofascismo.

Confira as fotos:

Texto, fotos e vídeos: Comitê parisiense de Solidariedade a Lula