6 de novembro de 2019
A ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber. Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE

Novos diálogos publicados pela série #VazaJato mostraram, nesta semana, que os integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba omitiram informações da ministra Rosa Weber e do procurador-geral Rodrigo Janot ao solicitar suporte para a continuidade das investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no início de 2016.

Na época, os procuradores estavam fechando o cerco na perseguição contra Lula da Silva. Os telefones do ex-presidente e de seus advogados haviam sido grampeados e estavam sendo monitorados em tempo real pela Polícia Federal, para que a força-tarefa e o então juiz Sergio Moro pudessem antecipar os movimentos da defesa. Moro, inclusive, já havia autorizado a realização de buscas e a condução coercitiva de Lula, que ocorreria em breve.

Simultaneamente, a ministra da Suprema Corte Rosa Weber estava prestes a julgar uma ação pedida pela defesa do ex-presidente para que as investigações contra Lula fossem suspensas, uma vez que havia conflito entre as forças-tarefas de Curitiba e São Paulo.

Além de gerar debates entre os procuradores, a ação também foi objeto de conversa entre Dallagnol e Moro, em mais uma clara demontração da proximidade entre acusação e defesa na operação Lava Jato.

Para contrapor a ação protocolada pela defesa de Lula, os procuradores liderados por Deltan Dallagnol no Paraná enviaram um documento a Weber, detalhando as diferenças entre duas as investigações. No entanto, deliberadamente omitiram informações sobre o encaminhamento do processo contra o ex-presidente.

A decisão de Weber pela não suspensão das investigações “por não haver indício de ilegalidade” em sua condução foi comemorada pelos procuradores nos grupos do Telegram. Eles, então, marcaram a data da condução coercitiva do ex-presidente com a Polícia Federal para o início do mês de março de 2016.

Um ano depois, em 2017, a ministra Rosa Weber arquivou a ação da defesa de Lula.

Com informações da Folha de S. Paulo. Leia a matéria na íntegra aqui.