28 de janeiro de 2020
Foto: Comité Lula Libre Madrid

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu o prêmio que recebeu sexta-feira da Fundação Internacional de Direitos Humanos, sem poder participar da cerimônia de entrega em Madri, Espanha.

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o fundador do Partido dos Trabalhadores afirmou que agradecia ‘do fundo do meu coração’ pelo prêmio Nicolás Salmerón, na categoria de liberdade.

Explicou que este reconhecimento não era só seu, mas ‘de todas as pessoas que lutam’ pela defesa dos direitos humanos, pela liberdade, democracia e contra a injustiça.

A instituição não governamental argumenta em sua declaração que decidiu por esta entrega na edição 2020 pela dignidade e o caráter respeitoso, pacífico e democrático com que Lula enfrentou ‘a perseguição judicial e política da qual foi objeto e que culminou com sua prisão política por um período de um ano e oito meses’.

Destaca que ‘a raiz desta perseguição política responde ao objetivo de concluir o ataque inconstitucional e antidemocrático levado a cabo anteriormente contra a presidenta Dilma Rousseff, em um ato inequívoco chamado lawfare (guerra jurídica), cujo objetivo final seria pressionar e alterar ilegitimamente as eleições presidenciais de outubro de 2018′.

A fundação também reconheceu o legado do ex-líder operário na luta contra a fome e a pobreza.

O ex-presidente, de 74 anos, saiu em liberdade no dia 8 de novembro após cumprir 580 dias de prisão política.

Veja o vídeo:

Transcrição
Eu quero agradecer de coração a todos os membros, homens e mulheres, da Fundação Internacional de Direitos Humanos, que me outorgou o prêmio Nicolás Salmerón, um prêmio de direitos humanos que leva um nome muito importante para todos que lutam por democracia, que é um prêmio chamado ‘Liberdade’. Eu quero dizer a todas as pessoas que eu fico muito agradecido e lisonjeado em receber este prêmio, em função de toda a experiência e de toda a luta que estamos vivendo aqui no Brasil. Neste momento em que eu recebo este prêmio eu acho que ele é de todas as pessoas que no mundo lutam em defesa dos direitos humanos, por liberdade, por democracia, pelas pessoas que lutam para combater as injustiças que muitas vezes dominam grande parte dos países do mundo. Eu gostaria imensamente de estar aí recebendo o prêmio e dando um abraço em cada um de vocês, mas na impossibilidade de estar junto com vocês, eu quero dizer muito obrigado. Muito obrigado, de coração, pelo prêmio e pela lembrança. E eu espero poder continuar lutando para fazer jus a esse prêmio, porque lutar pela democracia, pela liberdade, pelos direitos humanos, pelo direito ao trabalho, pelo direito de comer três vezes por dia, pela educação, em defesa do meio ambiente, da qualidade da água, da preservação das nossas florestas e fauna é mais que uma obrigação para todos aqueles que são humanistas, e gostam de liberdade e democracia. Muito obrigado, de coração, a todos vocês.

Prensa Latina