7 de outubro de 2020
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Durante entrevista ao jornal El País, transmitida ao vivo pelas redes sociais na manhã desta quarta-feira (7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar sobre a importância da justiça brasileira reconhecer a sua inocência e restabelecer seus direitos políticos. “O que eu tenho é sede de justiça. O que eu quero é que a justiça que eu acredito que é para todos diga que eu sou inocente. Meus advogados já provaram, eu só quero que eles reconheçam”, afirmou.

Isto deve ocorrer após o julgamento do Habeas Corpus de suspeição contra Sergio Moro, que está há dois anos parado no Supremo Tribunal Federal. “A única coisa que eu espero do julgamento é que se julgue o mérito do processo para provar que Moro não foi juiz, inventou uma sentença e chefiava a força-tarefa da Lava Jato. E tudo isso já está provado”, disse Lula.

O ex-presidente também comentou que a possível ida de Sergio Moro para os Estados Unidos vai acontecer porque o ex-juiz não deseja explicar as mentiras que contou ao longo da perseguição política contra ele. “Eu sou inocente e quero provar que o que fizeram comigo foi uma senhora canalhice. Eles imaginavam que eu iria me acovardar e eu resolvi brigar. Eu fui para a Polícia Federal porque eu queria provar que o Moro é mentiroso. Mas mentira tem perna curta e é por isso que ele está acovardado agora.”

A ascensão das extremas-direitas e movimentos conservadores no mundo também foi tema de conversa. “Estamos vivendo um momento que o humanismo, a democracia, o compromisso com a verdade e o respeito das instituições estão em baixa”, lamentou.

Mas mesmo em meio a esta onda de ódio é possível reverter a situação, segundo Lula da Silva. “Este mundo tem que mudar. Precisamos restabelecer a convivência harmônica entre as pessoas mesmo quando há divergências. Não precisamos ser iguais, precisamos ser civilizados”.

O ex-presidente também apontou que a construção de um novo mundo passa pelo debate sobre as nossas instituições democráticas. “É preciso que a gente retome a discussão sobre o papel do Estado, da democracia, dos meios de comunicação e da economia”, finalizou.

Assista a entrevista na íntegra: