24 de janeiro de 2020
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva denunciou, hoje, que o controverso ex-juiz Sérgio Moro já era um político quando o condenou sem provas em 2016.

“Creio que Moro quer disputar as eleições… Um juiz político, que me condenou por atos indeterminados. Quer dizer, nem ele sabe por que me condenou”, afirmou Lula durante entrevista à Rádio Itatiaia.

O ex-magistrado está à frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro, que acabou sendo eleito após o fundador do Partido dos Trabalhadores ter sido impedido de disputar as eleições presidenciais de 2018.

A defesa de Lula demanda a anulação dos processos contra o ex-presidente, que aguarda em liberdade, apesar das suspeições que recaem sobre Moro por ter conduzido o julgamento contra o ex-sindicalista de forma parcial .

Lula argumenta que o apontamento de Moro como ministro demonstrou sua falta de integridade e deixou claro que o processo tinha como único objetivo impedir o regresso do presidente mais popular na história recente do Brasil ao poder.

Diversos vazamentos do site The Intercept revelaram a arbitrariedade de Moro quando atuava como magistrado federal e condenou Lula.

Em setembro, mais de 150 juristas brasileiros solicitaram uma investigação contra Moro, por cometer grave transgressão legal ao divulgar conversas telefônicas entre os ex-presidentes Dilma Rousseff e Lula da Silva.

O documento denuncia que “o grampo ilegal autorizado por Moro constituiu elemento central para o terremoto político que resultou na destituição inevitável da presidente eleita democraticamente”.

“Atualmente é conhecido”, continua o texto, que “os procuradores da Lava Jato estavam cientes da violação que isso representava e do dano político que irremediavelmente causaria”.

Prensa Latina